sexta-feira, 29 de abril de 2011

HANNAH ARENDT

HANNAH ARENDT (1906-1975)

Cientista política que atribuía aos adultos a responsabilidade de conduzir as crianças por caminhos que elas desconhecem, Hannah foi uma das principais pensadoras da política no século 20, mas sua obra inspira estudos em outras áreas, entre elas a educação.
Como uma filósofa interessada em particular no fenômeno do pensamento e no modo como ele opera, Arendt não poderia deixar de se ocupar do ensino.
A função da escola é ensinar às crianças como o mundo é, e não instruí-las na arte de viver, escreve Arendt. Sua argumentação é a favor da autoridade na sala de aula e sua visão educativa é assumidamente conservadora, acreditava que o aluno deve ser apresentado ao mundo e estimulado a mudá-lo.
Defendia o conservadorismo na educação, mas não na política. Segundo a pensadora, a política é uma área que pertence apenas aos adultos. Para ela, o campo político deveria se renovar constantemente, movido pelos objetivos da igualdade e da liberdade civil. Ao reivindicar a total separação entre política e educação, Hannah rejeita linhas de pensamento que partem de filósofos como Platão e Jean-Jacques Rousseau.
A preocupação com a perda da "tradição" foi o que levou Arendt a escrever sobre educação. A relação entre crianças e adultos não pode, segundo ela, ficar restrita "à ciência específica da pedagogia", já que se trata de preservar o patrimônio global da humanidade.
A obra mais difundida de Hannah Arendt origina-se de uma reportagem que lhe foi encomendada pela revista New Yorker. Ela foi enviada a Israel para cobrir o julgamento do alto burocrata nazista Adolf Eichmann. Durante o julgamento, chamou a atenção da pensadora a figura prosaica do réu. Em Eichmann, um homem de aparência equilibrada e comum, Arendt identificou alguém habituado a não pensar. Os perigos da irreflexão, como sinal de alienação da realidade, constituem um dos principais eixos de uma obra que pode trazer contribuições para a educação em muitos aspectos.

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