sexta-feira, 29 de abril de 2011

O LIBERALISMO, CONDORCET

O LIBERALISMO

            O liberalismo merece o nome de filosofia, pois advoga a busca pelo conhecimento e pela verdade. Em reação contra o método da autoridade, o liberalismo acredita na descoberta progressiva da verdade pela razão individual. O liberalismo é, primeiramente, uma filosofia global, que privilegia as idéias, examina os princípios, estuda os programas. Esta é a interpretação do liberalismo geralmente proposta pelos próprios liberais; é também a mais lisonjeira, mas também é uma filosofia social individualista, na medida em que coloca o indivíduo à frente da razão de Estado, dos interesses de grupo, das exigências da coletividade, não reconhecendo sequer os grupos sociais, apresenta grande dificuldade em aceitar a liberdade de associação, temendo que o indivíduo fosse absorvido, escravizado pelos grupos.
            Trata-se ainda de uma filosofia da história, de acordo com a qual a história é feita, não pelas forças coletivas, mas pelos indivíduos.
            Fundamentalmente racionalista, ele se opõe ao jugo da autoridade, ao respeito cego pelo passado, ao império do preconceito, assim como aos impulsos do instinto. O espírito deverá procurar por si mesmo a verdade, sem constrangimento, e é do confronto dos pontos de vista que deve surgir, pouco a pouco, uma verdade comum. A esse respeito, o parlamentarismo não passa de uma tradução, no plano político, dessa confiança na força do diálogo. As assembléias representativas fornecem um quadro a essa busca comum de uma verdade média, aceitável por todos.
            Podem-se entrever as conseqüências que essa filosofia do conhecimento implica: a rejeição dos dogmas impostos pelas Igrejas, a afirmação do relativismo da verdade, a tolerância.

CONDORCET (1743-1794)

            Matemático preconizava uma Educação que contribuísse para a liberdade de pensamento. Foi um dos últimos iluministas.
Condorcet acreditava que a perfeição só seria alcançada com a educação. Era um dos líderes ideológicos da revolução Francesa, vindo com o fim desta a ocupar uma cadeira de deputado pela cidade de Paris, na Assembléia Nacional. Ajudou a estruturar uma nova Educação. Por intermédio dele, a criação do modelo da escola do Estado - Nação: única, pública, gratuita, e universal.
Condorcet tinha uma concepção de sociedade democrática muito avançada, que incluía todas as pessoas, sem exceção. Ele foi um dos pioneiros na defesa de um ensino igual para homens e mulheres e também do voto feminino, que a maioria dos revolucionários não aceitava. Em discursos e escritos, argumentava contra a discriminação a protestantes e judeus, e pregava o fim da escravidão e o direito de cidadania dos negros.
Educação, dizia Condorcet, era uma questão política, e deveria ser para todos e oferecer a possibilidade de desenvolvimento dos talentos individuais. A sociedade justa seria baseada no mérito de cada um.
Condorcet dava à Matemática e à Ciência um peso especial e defendia que fossem aprendidas por todos.
O marquês planejou uma escolarização em graus. Cada cidade teria uma escola de primeiro grau de quatro anos. Num primeiro momento, o segundo grau ficaria a cargo de instituições em regiões - pólo, que centralizariam o atendimento. Já os poucos cursos superiores estariam nos centros mais populosos.

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