sexta-feira, 29 de abril de 2011

TOMISMO, MICHEL DE MONTAIGNE, ERASMO DE ROTERDÃ

TOMISMO

            Enquanto Sistema Filosófico, o Tomismo – tanto através do próprio São Tomás, quanto de seus seguidores – foi uma das mais importantes Correntes de Pensamento adotadas pela Escolástica, principalmente por sua tentativa de conciliar Razão e Fé. Embora tivesse sido condenado no inicio por questionar o Dogma da “Graça Divina (isto é, a “Salvação” é uma dádiva divina que não se relaciona com méritos ou deméritos de quem a recebeu), o Tomismo angariou muitos adeptos e foi de importância capital no combate ao Protestantismo quando ocorreu, no século XVI, a chamada Contra-Reforma Católica.
           
MICHEL DE MONTAIGNE (1533-1592)

            Pensador Francês, Montaigne, fez de si mesmo seu grande objeto de estudo, pois pregava a interiorização, a dúvida e o contraponto com outros costumes e pontos de vista como foco para uma boa formação. Foi na última fase da Renascença que Montaigne chegou a vida adulta trazendo a dúvida e o ceticismo. O questionamento “O que sei eu?”, é primordial para que nosso conhecimento comece a ser construído a partir de uma grande dúvida, e não de uma grande certeza. Inaugurou o gênero literário denominado “ensaio”, com o propósito de contestar certezas absolutas.
            Utilizava a expressão “cabeça bem-feita” para enfatizar a necessidade do ser humano de saber articular conhecimentos, tirar conclusões, acostumar-se à aquisição e ao uso da informação – questões estas tão problematizadas pelos teóricos da educação de hoje. O homem, para ele, não era o centro do universo como queriam os renascentistas, mas um elemento ínfimo e ignorante de um todo misterioso e muito mais próximo dos animais e das plantas do que de Deus. Para Montaigne, as crianças não devem ser educadas perto dos pais, porque sua afeição torna os filhos "demasiadamente relaxados" e isso não os prepara "para a aventura da vida". O objetivo principal da educação seria permitir à criança a formulação de julgamentos próprios sem ter que aceitar acriticamente as leituras que a escola recomenda.

ERASMO DE ROTERDÃ (1469-1536)

            Geert Geertz, que depois assumiria o nome literário de Erasmo de Roterdã, anunciou o fim da predominância religiosa na educação. Defendeu a importância da leitura dos clássicos e do desenvolvimento do homem em todo o seu potencial (essência do humanismo). Defendia a liberação da criatividade e da vontade do ser humano.
            Erasmo era um símbolo de nova era. Pregou a volta dos valores cristãos originais, como a paz, enquanto o clero da Igreja acumulava fortunas e mostrava ostentação, hipocrisia e arrogância. Via nos livros um imenso tesouro cultural e o começo de boa educação, pois ensinava a interpretação crítica dos textos. A então recente invenção da impressora de tipos móveis, pelo alemão Johannes Gutenberg, entusiasmava Erasmo com a promessa de ampla circulação de textos da literatura clássica. Ele via o conhecimento dos livros como alternativa saudável à educação religiosa que recebera. Segundo Erasmo, o ensino que havia conhecido "tentava ensinar humildade destruindo o espírito das crianças".
            Outros valores renascentistas, como a exaltação da beleza e do prazer, se encontravam em profusão nos clássicos greco-romanos. Para Erasmo, esses princípios eram mais interessantes do que as abstrações da filosofia escolástica. Além disso, dizia ele, o prazer físico e o bom humor não conflitam com o cristianismo. Foi um dos primeiros autores de grande vendagem no mundo. Ele adquiriu sua fama durante o Renascimento, período em que houve um incrível despertar da arte, do pensamento e da literatura, que resgatou a Europa da escuridão intelectual vigente na Idade média.

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