sexta-feira, 29 de abril de 2011

PENSAMENTO PEDAGÓGICO, ARISTÓTELES

PENSAMENTO PEDAGÓGICO
           
            O pensamento do filósofo grego Sócrates (469-399 a.C.) marca uma reviravolta na história humana. Até então, a filosofia procurava explicar o mundo baseada na observação das forças da natureza. Com Sócrates, o ser humano voltou-se para si mesmo.
            Sócrates concebia o homem como um composto de dois princípios, alma (ou espírito) e corpo. De seu pensamento surgiram duas vertentes da filosofia que, em linhas gerais, podem ser consideradas como as grandes tendências do pensamento ocidental. Uma é a idealista, que partiu de Platão (427-347 a.C.), seguidor de Sócrates. Ao distinguir o mundo concreto do mundo das idéias, deu a estas o status de realidade; e a outra é a realista, partindo de Aristóteles (384-322 a.C.), discípulo de Platão que submeteu as idéias, às quais se chega pelo espírito, ao mundo real. É desta corrente que vertente, em especial, neste trabalho.

ARISTÓTELES (384-322 a.C.)

            Filósofo grego, Aristóteles é considerado o fundador da Lógica. Ao lado de Platão, Aristóteles é o pensador mais influente da filosofia ocidental de todos os tempos. Ele via na escola o caminho para a vida pública e o exercício da ética. Na escola, o princípio do aprendizado seria a imitação. Considerava a família, como base para a sociedade e para a educação das crianças e atribuía aos governantes o dever de regular e vigiar o funcionamento das famílias. Para Aristóteles, ser feliz e ser útil à comunidade eram dois objetivos sobrepostos. Sua obra tem grande influência na Teologia cristã na Idade Média, através da releitura realizada por Tomás de Aquino.
            Freqüentou a Academia de Platão, de quem foi discípulo por 20 anos. Posteriormente foi professor do Príncipe Alexandre, da Macedônia. Quando este assumiu o trono, voltou para Atenas e fundou o Liceu, onde difundia o conhecimento através de contribuições individuais através de experiências que visavam comprovar tal conhecimento, diferente da dialética que impunha verdades incontestáveis, como a utilizada na Academia de Platão. Para ele, deve-se procurar o conhecimento por meio do “intelecto ativo”, como chama a inteligência. Uma das duas grandes inovações do filósofo em relação ao antecessor foi negar a existência de um mundo supra- real, onde residiriam as idéias. Para Aristóteles, ao contrário, o mundo que percebemos é suficiente, e nele a perfeição está ao alcance de todos os homens. A oposição entre os dois filósofos gregos – ou entre a supremacia das idéias (idealismo) ou das coisas (realismo) - marcaria para sempre o pensamento ocidental. Para ele, todas as coisas têm uma finalidade, e é isso que leva todos os seres vivos a se desenvolver de um estado de imperfeição (semente ou embrião) a outro de perfeição (correspondente ao estágio de maturidade e reprodução) mesmo sabendo que nem todos os seres conseguem concluir esse ciclo. O ser humano precisa desfrutar das condições necessárias para desenvolver o talento.
            Um dos fundamentos do pensamento aristotélico é que todas as coisas têm uma finalidade. A segunda inovação de Aristóteles foi no campo da lógica. Ele desenvolveu o silogismo que consiste de três proposições – duas premissas e uma conclusão. A observação empírica – isto é, a experiência do real – ganha, assim, papel central na concepção de ciência de Aristóteles, em contraste com o pensamento de Platão, voltado à dialética. Ensinou seus alunos dominar a retórica para serem capazes de defender qualquer ponto de vista, dependendo do interesse. Seus escritos lógicos estão reunidos no livro Organon.
            Grande parte da extensa obra de Aristóteles se perdeu e o que restou foi reorganizado (e talvez deturpado) por pensadores de outras épocas. A obra aristotélica só voltou a circular na Europa na Idade Média, por intermédio dos invasores árabes, que haviam preservado seus livros. Depois da morte de Alexandre, Aristóteles passou a ser perseguido por ter colaborado na educação do imperador macedônio. Refugiou-se em Cálcis, onde morreu em 322 a.C.

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